Eletricista para Instalar Chuveiro em BH: Saiba o Preço Médio e Evite os Perigos do “Jeitinho”

04/07/2025

 


 

O Banho Nosso de Cada Dia: Em BH, a Instalação do Chuveiro Virou Roleta-Russa entre Economia e Segurança

 

A caixa do chuveiro novo, reluzente, está no canto da área de serviço de Júlia Pires, moradora do bairro Castelo, há uma semana. A promessa de um banho mais quente e com mais pressão, um pequeno luxo em meio à correria, esbarra numa dúvida que atormenta o belo-horizontino médio mais do que o trânsito da Cristiano Machado às seis da tarde: chamar um profissional ou arriscar o famoso “faça você mesmo”? No celular dela, duas abas abertas: um vídeo no YouTube com o título “INSTALE SEU CHUVEIRO EM 5 MINUTOS!” e o orçamento de um eletricista, que cobra R$ 150 pela visita.

A decisão de Júlia não é um drama isolado. É um retrato fiel de uma cidade onde a conta de luz não perdoa e qualquer economia é bem-vinda. O problema é que, quando o assunto é a fiação que leva 220 volts para um aparelho que joga água sobre seu corpo, o barato pode sair, literalmente, em choque.

 

Na ponta do lápis: quanto custa a paz de espírito?

 

Vamos aos números, porque é deles que a vida real é feita. Uma busca rápida por eletricistas em Belo Horizonte revela um mercado pulverizado. Os preços para a instalação de um chuveiro simples, daqueles que já têm o ponto elétrico e hidráulico no lugar, variam de R$ 80 a mais de R$ 250. A diferença, segundo os profissionais, está na qualificação, na garantia do serviço e, claro, na cara do cliente.

“Tem muito aventureiro por aí, o famoso ‘faz-tudo’”, conta Mário-Sérgio, eletricista com mais de 30 anos de carreira, enquanto ajeita a caixa de ferramentas numa casa no bairro Sion. “O pessoal liga, pergunta o preço, acha caro. Aí chama o sobrinho, o porteiro. Uma semana depois, me ligam de novo. O chuveiro não esquenta, o disjuntor cai toda hora ou, pior, sentiram um cheiro de queimado.”

Mário-Sérgio abre a mão e mostra um pedaço de fio elétrico, a capa plástica enrugada e escurecida pelo calor. “Isso aqui é o que a gente encontra. Fio de 1,5 mm pra um chuveiro de 7.500 watts. É pedir pra ter problema. É uma bomba-relógio em cima da cabeça da família.”

A conta, no fim das contas, é simples. O valor de um profissional qualificado equivale, em média, a dois ou três lanches mais caprichados. Uma pequena fortuna para alguns, é verdade. Mas irrisório perto do custo de refazer uma fiação inteira que derreteu dentro da parede ou, no limite, do prejuízo de um incêndio.

A economia, às vezes, sai caro. Muito caro.

 

O perigo mora ao lado (e em cima do boxe)

 

O que o vídeo do YouTube não mostra é a complexidade escondida atrás da parede de azulejos. A instalação de um chuveiro elétrico não é só emendar dois fios e passar fita isolante. Envolve entender a bitola correta da fiação, que precisa aguentar a carga de energia exigida pelo aparelho. Envolve checar se o disjuntor no quadro de luz é compatível, para que ele desarme antes que um superaquecimento aconteça. E envolve, principalmente, a correta instalação do fio terra.

Aquele terceiro fio, muitas vezes ignorado na gambiarra caseira.

“O fio terra é a sua apólice de seguro contra um choque elétrico fatal. Simples assim”, explica o engenheiro elétrico Carlos Viana. “Qualquer fuga de corrente no aparelho é desviada para o solo por ele. Sem o terra, o caminho mais fácil para essa energia escapar pode ser o seu corpo molhado. A física é implacável, ela não aceita ‘jeitinho’.”

A situação se agrava em prédios mais antigos, muito comuns em áreas como o Centro ou a Savassi, onde a fiação original nunca foi projetada para a carga dos chuveiros modernos, cheios de tecnologia, pressurizadores e controle eletrônico de temperatura. Trocar o chuveiro sem adequar a rede elétrica é como tentar colocar um motor de Ferrari num chassi de Fusca. Uma hora, algo vai quebrar.

E não se trata de alarmismo. É a realidade que os bombeiros encontram. Embora não existam estatísticas específicas para “incêndios causados por chuveiros”, os curtos-circuitos em instalações elétricas precárias são uma das principais causas de fogo em residências. A faísca começa ali, no conector mal apertado, no fio fino demais que vira uma resistência incandescente.

No fim, a questão volta para a caixa na área de serviço de Júlia. O vídeo no YouTube continua prometendo uma solução fácil e rápida. O orçamento do eletricista, por outro lado, promete algo menos glamoroso, mas infinitamente mais valioso: segurança. A escolha parece óbvia, mas na prática, na rotina apertada de quem conta cada centavo, ela se torna um dilema. Um dilema que, em Belo Horizonte, se repete a cada chuveiro queimado, a cada apartamento novo, a cada banho que se deseja um pouco mais quente.

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